terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Filmes de Zhang Yimou

FLORES DO ORIENTE
 
Lançamento (2h26min
Dirigido por
Com
Gênero
Nacionalidade
 
Sinopse e detalhes
Durante a segunda guerra entre China e Japão, em 1937, o agente funerário John Miller (Christian Bale) chega a uma igreja católica para providenciar o enterro de um padre. Uma vez lá, ele se depara com jovens estudantes de um convento e prostitutas de um bordel próximo do local. Inicialmente, Miller se revela um sujeito egoísta e desinteressado com o conflito existente, mas com o passar do tempo assume a responsabilidade de proteger os dois grupos tão diferentes. Ele terá que lidar ainda com o pânico provocado pelos constantes ataques do brutal exército japonês, enquanto pensa numa forma de fugir de lá.

Poucos diretores filmam tão bem e de forma tão suave quanto Zhang Yimou. O cineasta chinês possui uma sensibilidade artística que o diferencia e que foi fundamental para fazer de obras como Herói e O Clã das Adagas Voadoras algo maior do que simples filmes de artes marciais. Em seus dois últimos trabalhos, ele deixou de lado as espadas e os magníficos saltos para tratar de belos dramas. Primeiro veio o romance A Árvore do Amor, que infelizmente não obteve o reconhecimento merecido, talvez por não trazer nenhum grande nome no elenco. E agora é a vez de Flores do Oriente, que conta com a presença de ninguém menos que Christian Bale, ator que caminha muitíssimo bem entre blockbusters (Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge) e longas com uma vertente mais artística (O Vencedor, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante).


O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS

 
Sinopse e detalhes
No ano de 859 a China passa por terríveis conflitos. A dinastia Tang, antes próspera, está decadente. Corrupto, o governo é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes que se insurgem. O mais poderoso e prestigiado deles é o Clã dos Punhais Voadores. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois soldados do exército oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder dos Punhais Voadores e para tanto elaboram um plano: Jin se disfarça como um combatente solitário, ganha a confiança da bela revolucionária cega Mei (Zhang Ziyi) e, assim, infiltra-se no grupo. Mas a dupla não contava com a paixão que Mei despertaria nos dois.

Lindos filmes! Apaixonantes. Recomendo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

GURUS DO SÉCULO XX

Sri Sri Ravi Shankar (1956 - ). Conhecido como Sri Sri Ravi Shankar, é o líder espiritual que, em 1982, criou a Fundação Arte de Viver, organização não-governamental humanitária e educacional presente em mais de 150 países. O objetivo da instituição é controlar o estresse ao redor do mundo e desenvolver serviços sociais, como os projetos humanitários propostos para resolver conflitos, aliviar traumas provocados por grandes conflitos etc. O caminho sugerido por Shankar para combater o estresse são técnicas de respiração, meditação e yoga, ensinadas pela Fundação. “A menos que tenhamos uma mente livre de estresse e uma sociedade livre da violência, nós não alcançaremos a paz mundial”, prega Sri Sri Ravi Shankar.

Hridayananda dasa Goswami (1948 - ). Nascido em 1948, é um líder religioso da Sociedade Internacional para Consciência de Krishna, conhecida como Hare Krishna, uma associação religiosa, filosófica e cultural derivada do Hinduísmo Vaishnava. Fundado em Nova Iorque, o movimento possui mais de 350 centros culturais, 60 comunidades alternativas e 50 escolas ao redor do mundo. Sua ideia é propagar o conhecimento espiritual e ensinar técnicas para a construção de uma vida espiritual que equilibre os valores, além de expandir a consciência de Krishna.

Swami Vivekananda (1863 – 1902). “Somos o que nossos pensamentos fizeram de nós; portanto tome cuidado com o que você pensa. As palavras são secundárias. Os pensamentos vivem; eles viajam longe”, esse é um pensamento de Vivekananda, um dos principais discípulos do místico Sri Ramakrishna Paramahamsa. A Vivekananda também é atribuída a contribuição para a expansão do Hinduísmo na Índia moderna e no Ocidente.

Mohandas Karamchand Gandhi (1869 – 1948). Conhecido como Mahatma Gandhi, o líder foi um dos idealizadores do Estado Indiano moderno e defensor do Satyagraha, princípio que pregava formas não-violentas (ahinsas) de protesto para fazer uma revolução na Índia. Esse princípio inspirou diversos líderes democráticos que, ao redor do mundo, lutaram contra o racismo, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Em busca da paz espiritual, Ganchi renunciou ao sexo enquanto ainda era casado e, uma vez por semana, passava o dia em silêncio, período em que se comunicava apenas escrevendo. “O amor é a força mais sutil do mundo”, afirmava o líder espiritual. Embora indicado cinco vezes, nunca ganhou o prêmio Nobel.

Sri Amma Bhagavan (1949 - ). Sri Bhagavan é um líder indiano que, juntamente com sua esposa Sri Amma, fundou a Onenness University, instituição de treinamento espiritual que busca aliviar o sofrimento humano em suas raízes e despertar os homens para a unidade, fazendo com que cada indivíduo sinta-se ligado ao que é e ao todo. A institução, que hoje é uma universidade, começou com uma pequena escola que o casal possuía na cidade de Chittor, no sul da Índia. Após seu filho ter uma visão, o casal começou a se dedicar ao aperfeiçoamento existencial do próximo e à potencialidade amorosa de cada indivíduo.

Paramahansa Yogananda (1893 – 1952). Vivendo entre 1893 e 1952, Yogananda é considerado um dos mais importantes gurus na propagação da filosofia indiana no Ocidente. Para difundir a meditação que praticava, a Kriya Yoga, fundou a Self-Realization Fellowship, organização que ensinava técnicas de concentração por cartas, enviadas pelo correio a estudantes de todo o mundo. O guru defendia a unidade das religiões e a reverência a todos os seres vivos que passaram pela Terra como meio para se chegar à divindade do homem, além da necessidade da experiência concreta para se chegar à verdade. “A verdadeira base dareligiãonão é a fé, mas a experiência intuitiva. A intuição é a força daalmano conhecimento deDeus. Para conhecer profundamente a religião, é necessário conhecerDeus”, afirmava.

Sri Ramana Maharshi (1878 – 1950). Um dos principais gurus indianos do século XX, Maharshi, nascido em 1878 e morto em 1950, tornou-se conhecido no Ocidente após a publicação do livro A Índia Secreta, do inglês Paul Brunton. O guru pregava a investigação direta, interior, através de questionamentos para se chegar à verdade. Perguntas como “quem sou eu?” são fundamentais para se chegar a “verdade, paz ou bem-aventurança”. Ramana defende que esse questionamento não deve ser mecânico, mas apoiar-se na consciência de que todas as coisas do mundo são passageiras, enquanto o “eu sou” é algo que permanece.

Tenzin Gyatso (1935 - ). Tibetano, é o atual líder budista Dalai Lama (ocupa o 14º lugar na linhagem). Considerado a reencarnação do bodisatva da compaixão, Tenzin é monge e doutor em filosofia budista. Já recebeu o prêmio Nobel da Paz. Certa vez, lhe perguntaram “o que mais o surpreende na humanidade?” Ele, então, respondeu: “os homens. Porque perdem a saúde para juntar dinheiro. Depois, perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido.”

Sathya Sai Baba (1926 – 2011). Considerando-se a reencarnação de Sai Baba de Shirdi, importante guru indiano que faleceu no início do século XX, Sathya Sai Baba é um guru indiano polêmico. Suas materialização de cinzas sagradas e pequenos objetos dividiam opiniões: enquanto seus devotos o consideravam uma divindade, céticos atribuíam a ele a utilização de técnicas de ilusionismo. “O amor não age com interesses; o egoísmo é falta de amor. O amor vive de dar e perdoar e o egoísmo vive de tomar e esquecer”, defende Sathya Sai Baba.

Ramesh S. Balsekar (1917 - 2009). Balsekar foi um discípulo do guru indiano Sri Nisargadatta Maharaj. Após se aposentar, Ramesh conversava diariamente com o líder e anotava todos os diálogos. Com ele, desenvolveu a crença de que as ações dos homens são condicionadas por leis divinas e naturais e independem de sua vontade. Assim, a crença do homem enquanto um ser autônomo e que faz as próprias escolhas, de acordo com ele, mostra-se falsa.

Nisargadatta Maharaj (1897 –1981). Maharaj, filósofo e guru indiano, é um dos principais expoentes da Advaita Vedanta do século XX, sendo considerado um dos mais conhecidos professores dessa filosofia depois de Ramana Maharshi. De acordo com ele, a espiritualidade é saber quem você é e a nossa verdadeira natureza, que antecede nossa própria existência, é pacífica e livre. “A verdade não é uma recompensa por bom comportamento nem um prêmio por passar em alguns exames. Ela não pode ser produzida. É primária, é inata, a antiga origem de tudo que é. Você é elegível porque você é. Você não precisa merecer a verdade. Ela é sua. Apenas pare de afastar-se por persegui-la. Permaneça imóvel, esteja tranquilo”, afirmou em uma entrevista.

Osho (1931 – 1990). Chandra Mohan Jain, mais conhecido como Osho, é um líder indiano que criou um movimento com muitos seguidores. Teve mais de 600 livros publicados e traduzidos em 55 idiomas. Por algumas de suas opiniões, o líder também ficou conhecido como o guro do sexo. “O orgasmo oferece o primeiro vislumbre da meditação, porque nele a mente para, o tempo para”, afirmou o líder. Com a expansão do HIV, o líder criticou as posições do Papa João Paulo II e recomendou o uso de camisinhas e luvas de látex na hora do sexo.
    

domingo, 2 de junho de 2013

DAN BROWN

Apesar de Dan Brown utilizar sempre um mesmo estilo em seus livros, gosto do conhecimento que transmite junto à trama que desenvolve.
O meu favorito, apesar de ter gostado muito de "O Código Da Vinci" é "O Símbolo Perdido", fascinante.  
E como não podia deixar de ser já estou lendo "O Inferno", vamos ver se confere.



 



 
 






sexta-feira, 29 de março de 2013

FILMES PARA ASSISTIR - QUENTIN TARANTINO

 
- BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglourious Basterds)
Estados Unidos/Alemanha, 2009, cor, 35mm, 153’
Classificação Indicativa 18 anos
Durante a segunda Guerra Mundial, com a França ocupada pelos nazistas, Shoshanna assiste o assassinato de toda sua família, mas consegue escapar por pouco. Anos depois, ainda planejando sua vingança, Shoshanna aceita fazer a estreia de um filme militar que reunirá os chefes de alta patente do exército nazista no pequeno cinema que administra. Ela não conta, porém, com os ‘Bastardos’ uma guerrilha de judeus americanos que também se unem na tentativa de destruir os planos nazistas de dominação da Europa e veem nessa estreia a oportunidade perfeita para um grande massacre.
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl
Produção: Lawrence Bender
Fotografia: Robert Richardson
Edição: Sally Menke

- KILL BILL – Volume 1 (Kill Bill: Vol. 1)
Estados Unidos, 2003, cor, 35mm, 110’
Classificação Indicativa: 18 anos
Beatrix, uma assassina profissional do Esquadrão Assassino “Víboras Mortais” descobre que está grávida e resolve se afastar desse meio violento para refazer sua vida. No dia de seu casamento ela é apanhada pelos seus antigos companheiros, que tentam matá-la. Cinco anos depois, Beatrix (agora conhecida como ‘A Noiva’) acorda de um coma com o único desejo: vingança contra as pessoas que tentaram destruí-la.
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Uma Thurman
Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine
Produção: Lawrence Bender
Fotografia: Robert Richardson
Edição: Sally Menke

- KILL BILL – Volume 2 (Kill Bill: Vol. 2)
Estados Unidos , 2004, cor, 35mm, 136’
Classificação Indicativa: 16 anos
Originalmente Kill Bill – Volume 2 foi planejado para ser lançado junto com Kill Bill – Volume 1. Continuação da saga de Beatrix (A Noiva) em sua busca por vingança, enfrentando os dois últimos nomes de sua lista.
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Uma Thurman
Elenco: Uma Thurman, David Carradine, Sonny Chiba, Jeannie Epper, Vivica A. Fox, Perla Haney-Jardine, Daryl Hannah
Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine
Produção: Lawrence Bender
Fotografia: Robert Richardson
Trilha Sonora: Robert Rodriguez
Edição: Sally Menke

- PULP FICTION
Estados Unidos, 1994, cor, 35mm, 156’
Classificação Indicativa: 18 anos
O filme conta três histórias que ocorrem paralelamente, todas marcadas por muita violência, diálogos ácidos, ironia e humor. Um casal se decide por assaltar um restaurante, Vincente e Jules acompanham a esposa do gângster Marsellus enquanto este está fora da cidade enquanto Butch recebe dinheiro para perder a próxima luta de boxe que vai participar.
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Roger Avary
Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Bruce Willis, Ving Rhames, Harvey Keitel, Tim Roth, Amanda Plummer, Maria de Medeiros, Christopher Walken, Eric Stoltz, Rosanna Arquette
Produção: Lawrence Bender
Fotografia: Andrzej Sekula
Edição: Sally Menke

 


sábado, 1 de setembro de 2012

 Me aventurando no artesanato. Quadros de tecidos para dar outro ar à sala.


domingo, 18 de março de 2012


Divina Comédia


A Divina Comédia (originalmente Comedia, em italiano, e batizada de Divina Commedia por Bocaccio, em uma edição de 1555) é um poema épico escrito em italiano, obra prima de Dante Alighieri, completa um pouco antes de sua morte, em 1321. Trata-se de um poema narrativo rigorosamente simétrico e planejado, narrando uma viagem pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, descrevendo cada uma das etapas da viagem com ricos detalhes. Durante a narrativa, o personagem Dante é guiado pelo poeta clássico Virgílio pelo inferno e purgatório, e por Beatriz, musa de Dante, ao paraíso.

Uma das características marcantes da obra é a sua simetria estrita, baseada no número três, baseado na técnica chamada “terza rima”, dotada de estrofes de dez sílabas, com três linhas cada, rimando na ordem ABA, BCB. CDC, DED, EFE, onde a linha central de cada terceto combina com as duas linhas marginais do terceto seguinte.
O poema está dividido em três livros, um para cada dimensão (Inferno, Purgatório e Paraíso, os níveis possíveis no pós-vida, como geralmente imaginado pelo homem da Idade Média), sendo 33 cantos para cada livro, com cada canto possuindo 40 a 50 tercetos aproximadamente, terminando com um verso isolado em cada final.
A influência deste poema épico é de grande dimensão em meio à cultura ocidental, influenciando poetas, músicos, cineastas, e outros artistas ao longo destes 700 anos de existência. É considerada obra máxima da língua italiana e um dos grandes clássicos da literatura universal, considerado ainda texto-base da sistematização da língua italiana moderna.
A história narrada pelo poema se inicia com a visita de Dante ao Inferno, guiado por Virgílio, poeta admirado pelo autor. Ele é chamado pela paixão de infância de Dante, Beatriz para ajudá-lo, pois tinha-o visto em apuros. Dali, Virgílio irá guiá-lo até as portas do céu, passando antes pelo Purgatório. Depois de passar por dois níveis do denominado “ante-purgatório”, os dois passam por um portal e iniciam nova viagem. Ao passarem por sete terraços, cada um mais alto que o outro, eles são expurgados de cada um dos sete pecados capitais. No último círculo do purgatório, Dante se despede de Virgílio, e junto a um anjo é levado através de um fogo que separa o purgatório do paraíso terrestre. Então às margens do rio Letes, Dante encontra Beatriz e se purifica, banhando-se nas águas do rio para que possa prosseguir viagem e subir às estrelas. No paraíso, Dante é guiado por Beatriz, passando pelos vários céus do Paraíso, encontrando personagens como São Tomás de Aquino e o imperador Justiniano. No céu de estrelas fixas, Dante é interrogado pelos santos sobre suas convicções religiosas e filosóficas, recebendo ao final permissão para prosseguir. Nos nove círculos angélicos, recebe a visão da Rosa Mística, separa-se de Beatriz e tem a oportunidade de sentir o amor divino que emana diretamente de Deus.






A Terra segundo a geografia de Dante. No hemisfério superior está Jerusalém e o mundo conhecido (século XIV). No hemisfério inferior há um grande oceano com uma única ilha no seu centro onde desponta uma montanha tão alta que alcança os céus. Ilustração de Helder da Rocha.



A ROSA MÍSTICA

A Rosa Mística é um símbolo cristão que significa a aquisição da Gnose, obtido pelo perfeito entendimento da Vida, Paixão e Morte do Nosso Senhor Jesus Cristo. É um emblema de largo significado espiritual, que transcende as fronteiras do romantismo e serve como âncora para nos levar a experiências sensoriais de elevado nível de sutileza neurológica. Desse símbolo se valem as seitas espiritualistas e a própria Igreja católica para ancorar ideias de profundo conteúdo místico que vão além da religião e penetram o território da poesia.
Para a Igreja Católica o simbolismo da Rosa Mística está ligado à Virgem Maria. Segundo uma tradição conservada pelos católicos ela apareceu várias vezes à uma vidente italiana chamada Pierina Gilli, em Montichiari, entre os anos de 1947 e 1976. Em suas aparições a Virgem mostrava à vidente o seu coração ornado por uma coroa luminosa, parecendo uma rosa, que desabrochava em todas as cores, como um lindo caleidoscópio.
O simbolismo da rosa também está relacionado com a história de Santa Isabel, historicamente conhecida como Isabel de Aragão, esposa do rei Don Dinis, e rainha de Portugal. Segundo uma crônica portuguesa, a rainha Isabel era muito piedosa e costumava distribuir pão aos pobres. O rei Don Dinis não gostava muito desse costume, pois ele desfalcava o tesouro real. Assim ela passou a fazer isso clandestinamente, sem que o que o rei soubesse. Um dia, ela saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para praticar a sua caridade. O rei, desconfiado, seguiu-a sem que ela percebesse. Ao ser interpelada pelo soberano, que quis saber onde ia e o que ocultava no seu avental, ela disse:” São rosas, senhor.” “Rosas, no Inverno?”, perguntou, com sarcasmo, o rei. “Deixe-me ver”. E quando a rainha mostrou o conteúdo do seu avental, o rei ficou estupefato, pois nele só haviam belas e perfumadas rosas.

Simbologia da Rosa

Símbolo da beleza, perfeita na forma e apreciada pelo seu perfume, a rosa é a flor que simboliza a natureza em seu processo de maior sutileza criativa. Ela é, para os ocidentais, o que o lótus representa para os asiáticos. Na Índia existe a tradição de culto à rosa cósmica Triparasundari, que homenageia a beleza da Mãe divina, a natureza feminina de Brhaman, representada pelo deus andrógeno Xiva. Ela representa a obra acabada da natureza sem mácula, perfeita em todos os seus detalhes. Seus seguidores a veem como a taça de vida, a visão espiritual do amor, e é invocada como uma poderosa mandala para se atingir um enlevamento místico.
Na mitologia ocidental a rosa é uma flor consagrada a muitas deusas. No mundo grego ela aparece como símbolo do culto à Afrodite. A lenda diz que Afrodite nasceu da espuma do mar, e quando esse nascimento se deu a espuma que se tornou a deusa tomou a forma de uma rosa branca. Outro mito conta que Afrodite encontrou o deus Adônis ferido e foi socorrê-lo. Quando tentava colocar seu corpo sobre um roseiral em flor, ela se feriu num espinho e seu sangue coloriu as rosas que desabrochavam. Ela colheu as flores manchadas com seu sangue e as colocou sobre o corpo de Adônis, e isso lhe fez com que ele se curasse. Essa lenda deu nascimento a uma cerimônia, praticada na antiga Grécia com o nome de Rosália. Essa cerimônia evocava o poder de regeneração atribuído à essa flor, associada à beleza de Adônis e Afrodite. Mais tarde essa cerimônia se transformou no costume de se colocarem rosas sobre os túmulos das pessoas falecidas, simbolizando a sua regeneração. Esse costume, com as variantes exigidas pelo tempo e pelos povos que o adotou, se conserva até hoje.
Há, na mitologia hindu, uma tradição que sustenta que a deusa Lakshmi (deusa do amor), nasceu de uma rosa. Na mística cristã, ela é considerada também como sendo a taça que recolhe o sangue de Cristo. Igualmente se vê nela a transfiguração das gotas desse sangue e o símbolo das chagas de Cristo, que são representadas na forma de rosas vermelhas. No Velho Testamento, a rosa é o símbolo da beleza e o arquétipo perfeito da sexualidade desperta e satisfeita como uma função fundamental da natureza. O Cântico dos Cânticos, coletânea de poemas atribuídos ao rei Salomão, faz largo uso do simbolismo da rosa para dar vasão ao erotismo místico que exala desses sagrados poemas.

A Rosa-Cruz

A rosa, associada à cruz, tornou-se o símbolo natural do cristianismo místico. No antigo ritual da Maçonaria especulativa, segundo informa Paul Naudon, a contemplação desse símbolo era o corolário do ensino maçônico, que se dava no último grau, após o recipiendário fazer uma “viagem” de três dias, na qual ele dava trinta e três voltas ao redor da Loja. Depois dessa “viagem,“, ele descia aos “infernos”, de onde voltava com a Palavra Perdida, representada por uma rosa vermelha, símbolo da vida renascida no sangue de Jesus.
Assim, o corpo de Cristo na cruz era substituído por uma rosa. Com isso se consumava a regeneração, que ocorria com a cerimônia de iniciação, quando o neófito “visitava o interior da terra”. Era o mesmo processo que fazia com que uma semente depositada na terra germinasse e se transformasse em planta nova. Isso queria dizer, simbolicamente, que o homem desceria ao interior da terra (dentro de si mesmo), como se fora uma semente, e renasceria em virtude da sua crença em Cristo, imitando o processo que a natureza usava para dar vida ao mundo.
Esse processo seria repetido pelos alquimistas na procura da pedra filosofal. Por essa fórmula seria preciso “matar a matéria” e deixá-la curtir em profundas trevas, para que depois, revivida pela ação do fogo, ela ressuscitasse com estrutura diferente. Era dessa forma que os discípulos de Hermes pensavam realizar a transmutação de metais comuns em ouro e todo o seu estranho trabalho de laboratório tinha essa finalidade.
Na Maçonaria essa simbologia equivalia à (re) descoberta da Palavra Perdida, ou seja, a chave da sabedoria que poderia conferir ao seu detentor o conhecimento do bem e do mal e o segredo da vida eterna.
Dessa forma, a Palavra Perdida das lendas maçônicas se revelava nas iniciais que Pôncio Pilatos mandou gravar na cruz de Cristo. Pilatos, segundo essa lenda, era um iniciado nos Sagrados Mistérios e as iniciais que ele mandou escrever na cruz de Jesus não significavam “Iesus Nazarenus Regius Iodorum”, como oficialmente se acredita, mas sim, Ígnea Natura Renovatur Integra (A natureza inteira se renova pelo fogo). Dessa forma, Pilatos sabia que o sacrifício de Jesus era uma cerimônia que tinha por objetivo demonstrar, na prática, o processo de regeneração da vida através da simbologia iniciática. Essa regeneração se dava pela ação do espírito, associado ao calor da terra(o fogo), da mesma forma que o calor do sol, no processo de aquecimento da terra, e com a adição da água, faz a semente renascer. Dai se presumia que todo o cerimonial da morte e sepultamento de Jesus, com o vazamento de seu flanco pela lança de Longinus, a unção do seu corpo com óleos cerimoniais, a sua tumba especialmente preparada por José de Arimatéia (Grão-Mestre da Fraternidade do Novo Convênio), e finalmente o fato de sua ressurreição ser presenciada unicamente por mulheres, constituir, na verdade, um cuidadoso cerimonial iniciático, praticado com rigorosa precisão.

Essa é uma interpretação gnóstica do drama da Morte e Ressurreição de Cristo e foi adaptada pelos Irmãos da Rosa-Cruz para dar nascimento à tradição da Rosa Mística. É uma alegoria de invulgar beleza poética e profundo significado místico. Sua consolidação em lenda e arquétipo emulador do espírito humano ocorreu com o mito da Fênix, o mítico pássaro que renasce das cinzas, simbolizando o espírito(ar) que se liberta da destruição da matéria(terra) pela ação do calor(fogo), para juntar-se à água e voltar como matéria regenerada. Completa-se, assim, o ciclo da vida do mundo, que morre e renasce nos braços da cruz. Por isso, ao referir-se ao magistério de Jesus, João Batista dizia que “ Ele os batizará pelo Espírito Santo e pelo fogo”, (batismo do renascimento espiritual), enquanto o batismo dele, João, era o batismo da água (batismo do renascimento carnal).
A Rosa Mística nos rituais maçônicos

É sabido que os antigos rituais da Maçonaria utilizavam muito mais a simbologia alquímica do que os rituais atuais. A antiga Loja operativa tinha uma ligação simbólica muito mais estreita com os laboratórios de alquimistas do que com um templo religioso, propriamente dito. O processo de regeneração espiritual do iniciado maçom tomava de empréstimo com mais rigor a simbologia alquímica do que a liturgia das religiões. Dessa forma, a Fênix que renasce das cinzas, para a tradição maçônica, significava tanto a matéria prima do alquimista que se transmutava pela ação do fogo, quanto o próprio espírito do operador que também recebia os influxos dessa operação mágica e ganhava uma nova constituição, se tornando um “homem novo”. Essa temática se prestava a uma interessante analogia com os mistérios cristãos, já que se encaixava perfeitamente com a doutrina de Cristo, pois Cristo era também a “Fênix” que retornava da morte para renovar a vida do universo. Por isso, a temática maçônica adotou a ideia de reencontrar a
Palavra Perdida sobre as asas da Fênix.
Contemplar a Rosa Mística, tornou-se pois, a apoteose final da jornada iniciática que o místico rosa-cruz, da mesma forma que o iniciado maçom, aspiram no final de sua jornada. Ela é semelhante ao trabalho do alquimista na sua labuta no laboratório para obter a Pedra Filosofal. E é também o objetivo de toda jornada iniciática, pois a Rosa Mística, que também é a Palavra Perdida e a Pedra Filosofal, nada mais é do que a tão sonhada Iluminação buscada por todos os espíritos que se enveredam por esse caminho. Dante a contemplou no final de sua viagem pelas estruturas sutis do universo, da mesma forma que o apóstolo Paulo no caminho de Damasco, Percival ao encontrar o Santo Graal, Sidarta Gautama ao contemplar o lótus. Ela está na visão última e fundamental de todos os santos e profetas que atingem o derradeiro estágio da iluminação.

O Caminho de Santiago

A visão da Rosa Mística também tem relação com o simbolismo do Caminho de Santiago. O Caminho de Santiago é a jornada empreendida pelos místicos em busca da iluminação, que lhe é concedida pela visão da estrela brilhante, que supostamente aparece no final desse caminho para aqueles que são merecedores dessa visão. A descrição dessa estrela, feita por aquele que a contemplaram, fala de um corpo brilhante, formada de raios que emanam de um único centro, semelhante a uma rosa. Por isso, fazer o Caminho de Santiago, para as pessoas de orientação espiritualista, equivale ao trabalho do alquimista em seu laboratório, em busca da pedra filosofal. É uma jornada povoada de perigos e fadigas espirituais, na qual só devem se lançar os espíritos verdadeiramente puros e os corações comprovadamente corajosos. Pode-se dizer que hoje, o Caminho de Santiago é uma moderna jornada á procura do Graal.
_____________________________________________________________________

DO LIVRO MESTRES DO UNIVERSO- ED. BIBLIOTECA 24X7, SÃO PAULO, 2010